Mercado imobiliário aquecido, porém, incorporadoras atuam com cautela por conta da alta dos custos
O mercado imobiliário apresentou nos primeiros meses deste ano uma crescente exponencial, com indícios de que 2021 seriam um dos melhores para o segmento. Entretanto, o aumento dos insumos do grupo de materiais e equipamentos pode desacelerar o setor.
O Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) acumulou alta de 12,99% nos últimos 12 meses encerrados em abril. O índice é o maior desde a chegada do Plano Real. Neste período analisado, o aumento de quase 30% no custo com materiais chama a atenção e faz com que 57% das construtoras já tenham relatado escassez de insumos ou disparada nos custos, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“A Alta dos custos fez com que as incorporadoras analisassem com mais cautela o mercado, observando o estoque dos empreendimentos já lançados para seguir com os próximos lançamentos” comenta o Engº e sócio diretor da Mario Dal Maso, Marco Dal Maso.
De acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os lançamentos de imóveis residenciais no Brasil somaram 28.258 unidades no primeiro trimestre de 2021 – alta de 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Em contrapartida, as vendas totalizaram 53.185 unidades, com um aumento de 27,1%.
Observando o panorama dos últimos 12 meses, os lançamentos sofreram uma queda de 10,5%, para 168.673 unidades, ao passo que as vendas continuaram subindo e tiveram um aumento de 12,8%, totalizando 207.946 unidades.
Ao analisar este cenário, com mais vendas que lançamentos, observa-se que os estoques de imóveis (na planta, em obras e recém-construídos) caíram 14,8%, para 153.914 moradias. Seguindo a série histórica registrada desde 2016, é o mais baixo patamar. Se a tendência permanecer, o estoque se esgotaria em 8,9 meses – há um ano, o indicador estava em 11,8 meses.
“Um fator que colaborou para a alta de vendas foi a Pandemia do novo coronavírus. A necessidade do isolamento social fez com que as pessoas tivessem uma mudança de comportamento, passando mais tempo dentro de suas casas e tendo novas expectativas de vida, tendo que adequar para novas necessidades, favorecendo pela procura de novos imóveis. Além disso, o setor também foi favorecido pela baixa dos juros, aumentando as possibilidades de financiamento. Será que teremos um boom imobiliário para próximos anos?” Finaliza Marco Dal Maso.
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